Anfíbios como bioindicadores da qualidade ambiental
Os anfíbios são o grupo animal que possui mais espécies ameaçadas de extinção. A perda e poluição de seus habitats, mudanças climáticas e doenças emergentes como a quitridiomicose e o ranavírus estão causando declínios em populações de anfíbios no mundo todo. O Brasil é o país com maior riqueza de espécies de anfíbios do mundo, onde são registradas 1080 espécies de salamandras, cecílias, sapos, rãs e pererecas distribuídas nos diferentes biomas brasileiros.
Esse grupo animal possui grande importância ecológica e social pois atuam no equilíbrio dos ecossistemas se alimentando de espécies consideradas pragas (exemplo, escorpião-amarelo), produzem substâncias em suas peles que podem tornar-se fármacos voltados para a saúde humana. Além disso, possuem características como a pele permeável, ovos gelatinosos e dependência da água para reprodução que os tornam ótimos bioindicadores da qualidade ambiental.
Alguns anfíbios podem apresentar anormalidades morfológicas, que são malformações ou deformações no corpo do animal (por exemplo, um olho faltando ou um membro extra). Essas anormalidades podem surgir através de erros durante o desenvolvimento do organismo ou provenientes de eventos traumáticos. Várias causas estão associadas às anormalidades morfológicas em anfíbios, as principais são infecções parasitárias, radiação UVB, contaminantes químicos e traumas (predação).
Em uma população de anfíbios adultos é considerada normal quando a taxa de indivíduos com anormalidades morfológicas não ultrapassa 5%. Locais que registram uma taxa de anfíbios com anormalidades maior que o normal pode ser um indicativo de que algo não está em equilíbrio. Por isso, estudos para conhecer a biodiversidade e os fatores que interferem na sobrevivência dos anfíbios são de grande importância para minimizar impactos às populações e aos ecossistemas.
Thaís Ascoli Morrete