Mapas: uma ferramenta para conservação ambiental
Os mapas são uma modalidade de comunicação adotada desde a pré-história até os dias atuais. A partir deles é possível verificar a necessidade da humanidade de descrever, entender e situar-se no local, com o intuito de tornar o mundo um lugar conhecido. O mapa mais antigo já elaborado é datado em cerca de 6200 a.C. no qual seria a planta da cidade de Çatal-Hüyük, sendo possível observar um núcleo neolítico com uma montanha ao fundo (FIALHO, D. M, 2010). Essa prática de descrever um local por meio de desenhos fez com que surgisse um ramo dentro da geografia: a cartografia, que tem como objetivo reunir/elaborar técnicas e métodos para a montagem de mapas.
A representação cartográfica serve para vários tipos de classificação de mapas, como, por exemplo, Mapas Políticos, que apresentam as fronteiras territoriais dos países, regiões, estados e/ou municípios; Mapa Físico, que apresenta as características como: relevo, geologia, altimetria, solos de uma determinada região; Mapa demográfico, que apresenta a distribuição da população em uma determinada região e muitos outros usos.
Com o avanço tecnológico, os mapas passaram a apresentar precisões milimétricas, tanto pela criação e evolução de software de desenho, como também pelo desenvolvimento de tecnologias de coleta de dados mais sofisticadas, como imagens de satélites e Veículos Aéreos Não Tripulados, VANTs, também conhecidos como drones.
Tudo isso converge para a maior precisão, seja de projetos de engenharia, sistemas agrícolas, controle fundiário ou caracterizações físicas do globo terrestre, o que leva a possibilidade de análises mais aprofundadas e assertivas, como a agricultura de precisão, ou mesmo a facilitação das tarefas do cotidiano, como aplicativos de navegação para o público em geral (como o Google Maps).
Dentro do Licenciamento Ambiental a elaboração de mapas é essencial para a análise dos aspectos ambientais decorrentes da implantação de um projeto, pois facilitam a localização espacial dos elementos e sua correlação com o ambiente regional. Para além do aspecto analítico, os mapas são uma potente ferramenta visual de representação de fenômenos, que auxiliam a agregar clareza aos processos de licenciamento.
Além disso, a qualidade de imagem e velocidade de atualização atual do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS – sigla em inglês para Global Navigation Satellite System), dentre outros usos, permitem um acompanhamento facilitado da situação ambiental de grandes áreas, sem a necessidade de movimentação de pessoal. No Brasil, um exemplo disso é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que dentre outros serviços, tem o Programa de Monitoramento Ambiental dos Biomas Brasileiros, PMABB, que, por meio de processamento de dados de satélite (geoprocessamento), tem como objetivo, segundo a Portaria nº 365/2015, mapear e monitorar a vegetação de todos os biomas brasileiros situações como o desmatamento, queimadas e restauração da vegetação, bem como avaliar a situação da cobertura vegetal e do uso das terras brasileiras.
Ítalo Seilhe Reis
Acadêmico de Geografia
Natália Ferrazza
Engenheira Civil
MBA em Gestão Ambiental